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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A consciência, a maior de todas a leis



Uma pesquisa realizada pelo site: www.estradas.com.br identificou que 84% dos brasileiros não respeitam as leis de trânsito. Estes dados assumem ares ainda mais desoladores quando se leva em conta, que o trânsito é uma atividade necessária, e que a desobediência às suas normas implica um risco desmedido à integridade física de muita gente. De fato, a situação ganha um tom a mais de perplexidade ao se constatar que a transgressão às leis, por aqui, já virou um hábito e diz respeito a tudo o que envolve a vida em sociedade.

O mais angustiante é saber que essa prática é conseqüência de um processo de colonização que favoreceu calculadamente a disseminação da ignorância, pelo impedimento da inserção de quaisquer empreendimentos que visassem à cultura, nas suas mais variadas formas. O exemplo mais evidente disso, diz respeito às medidas adotadas pela Coroa Portuguesa em relação ao Brasil enquanto colônia, a saber: a inexistência de instituições de ensino superior, a censura de obras literárias, o combate a grupos culturais, etc. Vale lembrar que até 1808, quase 100% da população brasileira, à época composta de 1/3 de escravos, era analfabeta. Por conseguinte, essa ignorância do povo em relação ao conhecimento abrangeria também a seara do ordenamento jurídico (o conhecimento das leis em si). O que mais tarde se tornaria um problema crônico do povo tupiniquim.

Outro fator que talvez corrobore para a inobservância das leis são os atos escusos praticados na política, que já viraram praxe, mas que vez por outra, talvez até por conveniência, são expostos e assumem ares de escândalos. E na menor das hipóteses põe em cheque, o custo beneficio da obediência às leis, a cidadãos desorientados por uma sociedade cada vez mais injusta, que desvirtua valores e promove o estabelecimento da corrupção (onde o honesto sofre chacota e o “inteligente” ou esperto rouba), já que, quem deveria dar exemplo não o faz (os políticos). Assim o conceito de cidadão - observar o interesse público em detrimento do interesse próprio – a cada dia perde mais valor.

Diante de tudo o que ora foi observado, o cenário parece mesmo propicio para o estabelecimento de uma perpétua insatisfação popular e consequentemente do continuo desrespeito às leis.

Contudo, entendo que, o que deve nortear primariamente as ações de qualquer ser racional não são leis ou mesmo comportamentos individuais, mas algo que antecede a estes - uma consciência - consciência esta que emana do próprio individuo, que não é imposta ou ensinada por outrem, mas que se adquire ao longo da vida, e é fruto de um misto de princípios, normas de conduta, ética e moral. Que provamos a nós mesmos ser genuína, à medida que a experimentamos e usufruímos do valor incalculável da sensação de uma posição de integridade e honestidade, nunca circunstancial, mas sobretudo como a expressão de um estilo de vida que prima pela moralidade e vai de encontro aos desmandos de uma sociedade cada vez mais decadente.

Do autor, Jonata, Obrigado

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